A exportação de veículos fabricados no Brasil teve alta de 60% no primeiro semestre, principalmente graças à Argentina, que foi o principal destino.

Mas os juros altos da taxa Selic, em 15%, estão causando a desaceleração das vendas no Brasil. Para o consumidor, esse juro chega a 27% ao ano nos financiamentos automotivos.
Os dados foram apresentados nesta segunda-feira (7), em São Paulo, em coletiva da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Segundo o presidente da entidade, Igor Calvet, outra consequência da alta de juros é a inadimplência daqueles que adquirem um veículo. Enquanto esse problema atinge 3% dos compradores pessoa jurídica, chega a quase 5% entre os compradores pessoa física.
Outro dado apresentado pelo dirigente compara a produção de veículos neste ano com o mesmo período de 2011, ou seja, 15 anos atrás. Na comparação, a indústria nacional de veículos produz hoje 13% a menos do que naquele ano, como explica Calvet.
Apesar disso, o presidente da Anfavea ressalta o crescimento recente da indústria nacional de veículos.
Sobre os emplacamentos, ou seja, a quantidade de veículos que efetivamente são comprados e entram em circulação, aumentou em quase 5% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2024 - o que representa 55 mil veículos novos nas ruas.
Veículos elétricos
Outro dado que mostra uma mudança no comportamento do consumidor aparece no crescimento médio de emplacamentos de veículos elétricos e híbridos, que desde o início deste ano representam em torno de 10% do total de veículos emplacados.
Segundo a Anfavea, embora seja um dado positivo, ele praticamente não representa avanço da indústria nacional, já que a quase totalidade desses modelos são importados da China.
Como principal exportador de veículos para o Brasil, a China vendeu ao país quase 71 mil veículos no primeiro semestre deste ano, representando 6% do total de emplacados no país - um crescimento de 37% no período.
FONTE: Radioagência Nacional
REPORTAGEM: Leandro Martins